Liturgia x Naturalidade



Antes de mais nada, não estou aqui para dizer que a "liturgia" é algo abominável, ou errado, ou simplesmente algo inútil, ou pelo menos não só isso. E sim pra dizer que Liturgia e a Naturalidade não caminham juntos quando se trata de comportamento humano.

Vejamos os casos não apenas entre as religiões em geral, todas elas, mas também alguns verdadeiros "rituais" sociais. Pra que exista essa ritualização, basta reunir algumas pessoas com idéias em comum, e as idéias transformam-se em objetivos, que se transformam em hábitos, que se transformam em costumes. Até que os costumes se tornam algo tão "raso", que nada tem a ver com aquela idéia essencial do grupo, e no lugar da essência vem a traição dos próprios ideais.

Raciocinando em cima dos porquês disso tudo acontecer, por ser algo, no mínimo curioso, concluí que o que faz a liturgia assassinar brutalmente a naturalidade do primeiro ideal é o orgulho e a soberba. Se analisarmos com mais atenção, vemos que por mais que as pessoas "criem" uma tribo com seus objetivos em comum, na teoria deveria haver união, porém na prática vemos que ao invés da união surge a competitividade.

Em geral, o ser humano deve ter algum tipo de raciocínio (completamente limitado diga-se de passagem) de que tem mais atenção do grupo se mostrar que faz o "ritual" de maneira mais certinha que os demais. E com isso, se esforça não só pra se destacar mais, como também usa artifícios sujos para denegrir seu próximo e aumentar ainda mais uma popularidade que é, além de tudo, completamente inútil.

Tais atitudes ferem impiedosamente princípios básicos, esses sim deveriam ser verdadeiros "rituais", como a Honra, Ética, Respeito e o que deve mover todas essas coisas: o Amor.

Vemos inclusive nas religiões, que os costumes em geral, atropelam os seus próprios seguidores. Vemos líderes, e aspirantes a líderes, ou "fiéis" traindo os próprios princípios da fé que pregam. A liturgia nesse caso é um "perfume" pra disfarçar o cheiro de podridão de algo que já está morto.

Comparo pessoas assim com aquelas criaturinhas daquele filme famoso dos anos 80: Os Gremlins. Por onde passam destroem tudo, são asquerosos e nojentos. Porém se acham o máximo. Eles se "multiplicam" em contato com a água. E olhando por uma ótica metafórica eu diria que a "água" é a liturgia deles. Eles nem sabem porquê, eles simplesmente se molham, multiplicam e destroem o que vêem pela frente. Agem instintivamente, e estupidamente.

No fim, acredito que a ritualização se faz necessária algumas vezes, mas sem que ela prejudique o que me faz um ser racional, e pensante. Nunca podemos perder a essência do que somos em troca de uma demonstração pobre e caricata do que pensamos ser.

Fechemos as torneiras para essas criaturinhas. Cuidado!

2 comentários:

Anônimo disse...

Ahahahahahhahahahhahahahahhahahaha

Ah Caríssimo, vc é impagável!
O ser humano é tão tolo, não? Em busca de certezas na vida, criam verdades fracassadas que detonam a leveza de ser, além de uma bomba relógio que leva para os ares mais do que insoluveis guerrilheiros de nada.

Beijos meus e uma semana digna de ti!

Anônimo disse...

Já bati tanto nessa tecla...
Nada que não seja natural, e que seja forçado, é bom. Isso destrói as possíveis belezas que poderiam surgir nos relacionamentos...

Eu estou fugindo mesmo de litúrgicos, me dá até uma Senhora preguiça quando vejo o de sempre e mais do mesmo...

Beijoooooooooooooooooooooooooos.

 


Highlander´s Brain