Oficina de Aquarela com CárcamO



Ontem e hoje (dias 12 e 13/06/2010) participei da oficina de aquarela com Gonzalo Cárcamo (http://gcarcamo.blogspot.com/). Eu já o admirava como artista e ilustrador, mas nestes 2 dias pude ver que ele também é uma pessoa sensacional.

Incrível como ele sabe dar aquele "empurrãozinho" que abre a nossa mente, dicas fantásticas sobre técnicas e sobre os materiais utilizados na aquarela. Mas o que mais chamou a atenção mesmo é o quanto ele deixa claro sobre não ter medo de errar, o que é essencial para aplicar a técnica. E sabem que isso também me serviu de lição?

Pois é, não estou falando sobre colocar água demais, pigmento de menos, usar pincel certo, papel errado, etc... É claro que na oficina aprendemos tudo isso, mas o que foi maravilhoso é ver que nessa técnica, aprendemos que acidentes podem acontecer, e que ao invés de temê-los, podemos transformá-los em algo belo e único! Tudo é questão de experiência, em passar pelas possibilidades de errar, e transformar estes erros em ferramentas para construir algo de bom. 

"Bora" pintar? =)



Bistecão Ilustrado, por Cabra Cega

No Bistecão Ilustrado de Abril, um pessoal muito legal propôs que os ilustradores desenhassem em ovos. Tema livre, cada um desenhava o que desse vontade. E depois filmaram, e fizeram um vídeo muito legal, de muito bom gosto! Eu estou nesse vídeo com o Dr. "Egg" Manhattan que desenhei, lá por 1m41s. rs*

1989


Era 1989, e entrava em cartaz nos cinemas o filme que era uma promessa de colocar o Batman de volta às telas de cinema, em grande estilo: "Batman, de Tim Burton" - com Michael Keaton e Jack Nicholson. Eu tinha 13 anos de idade e era louco pelas histórias do Batman, principalmente por ter lido "Cavaleiro das Trevas", de Frank Miller, e "A Piada Mortal" de Alan Moore, pouco tempo antes.

Lembro que meu pai fez de tudo para me levar pra ver esse filme, pois ele sabia o quanto eu gostava. Numa tarde, ele me levou junto ao trabalho, e num cinema dentro de um Shopping onde ele estava montando uma loja, pois na época ele tinha uma marcenaria, deixou o pessoal montando os móveis pra ir no andar de cima comigo. Foi algo de última hora e parece que não tinha mais lugares. Lembro que ele deu um jeito, conversou e conversou e no fim, conseguiu que entrássemos. Porém não haviam mais assentos disponíveis.

Ele moveu o cinema para me arrumar uma poltrona, e de repente vejo os caras do cinema carregando uma poltrona "das grandes" no fundão do cinema só pra eu assistir o filme acomodado. E meu pai? Assistiu de pé. Eu queria que ele revezasse comigo, mas ele insistiu pra que eu ficasse sentado o tempo todo e curtisse o filme.

Confesso que realmente adorei o filme, mas nesse dia o que mais adorei foi assistir o quanto meu pai lutou pra me tirar um sorriso, fazer algo que eu tanto gostava. E por um momento parei de olhar o herói da ficção pra olhar com muita gratidão, pra um herói de verdade.

Changes

Nesse final de semana tive uma experiência daquelas que mudam a vida da gente.

Descobri que eu era mais problemático do que eu mesmo pensava. E isso é ótimo, desde que o problema seja identificado e solucionado de uma vez.

Aparentemente, até pra mim mesmo, meus problemas eram coisas comuns e bobas, e minha vida com minha família, esposa, filho, pais e amigos era algo ótimo, e "normal" como deveria ser. Mas tive oportunidade de parar pra pensar em quantas vezes eu demonstrei carinho, pra minha esposa e pais nos últimos meses? Quantas vezes abracei meu pai, minha mãe e disse o quanto eu os amo? Pois é, quando parei pra pensar nisso, me assustei. Fazia bastante tempo.

Era sutil, e por isso fiquei "cego". Eu dizia para as pessoas que amo, que eu as amava! Mas faltava olhar no olho, abraçar, se empenhar em dizer o que se sente, e nisso eu falhei bastante sim. Ao mesmo tempo isso te torna uma pessoa dura, fria e que aos poucos vai ficando cada vez mais difícil de dar carinho, e demonstrar seus sentimentos. Descobre-se que lá num passado distante, coisas foram se perdendo pelo caminho e a pressa de ser um adulto, maduro, responsável e cumpridor de suas obrigações, afastam aquela pessoa amável, brincalhona, pura, e todas as caracteríscas lindas que nos acompanham quando somnos criança.

Está tudo errado. Nosso tempo está a caminho do término, nossa vida passa, e quanto menos tempo de vida temos pra dar importância ao que realmente interessa, quanto menos tempo temos para nos empenhar, e fazer tudo com excelência, com força e amor, mais ainda partimos para o caminho oposto. Quando somos criança, fazemos tudo com vontade, alegria, demonstramos o que realmente sentimos, mostramos o nosso amor, não temos medo de arriscar, brincamos de verdade, rimos de verdade, choramos de verdade, tudo é muito intenso. Viver é ser intenso!!!

Eu quis compartilhar isso, pois creio que muita gente que lê esse post, também pode estar pensando onde foi que o amor, a alegria da vida, os "eu te amo´s" que falamos pra quem amamos, os abraços fortes, o carinho, a motivação... onde foi que tudo isso se perdeu no caminho. E é isso, depende apenas de você. É um exercício, é prática. Então volte a se exercitar!!! Volte a abraçar muito, dizer que ama a pessoa que está do teu lado, que ama seus pais e seus amigos. Garanto que você sentirá o que muita gente deseja e pensa não conseguir:

"Voltar a ser criança, mas com a experiência que se tem HOJE."
 
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PS: Paulinha, Rafinha, Meu Pai, Minha Mãe, Meu Irmão, Amigos, e é claro, vocês que estão lendo isso agora: EU AMO vocês!!!

The Ridiculous religion...


Teísmo - Somos Bons e ... from iPródigo on Vimeo.

Vi este vídeo de Mark Driscoll falando sobre o fato de como o ser humano busca artifícios religiosos e supersticiosos para explicar o amor de Deus pela humanidade, e a tentativa de criar regras e dogmas para ser "o mais amado" por Deus. Vale a pena assistir.

Metallica, Estádio do Morumbi - 31 de Janeiro de 2010

Quem me conhece e acompanha este blog sabe que não é segredo que Metallica é minha banda predileta. Pois bem, eu QUASE não fui ao show. Não fui em 99, porque andava meio decepcionado com eles, e em 92 foi o melhor show que já tinha visto... até ontem.

Pois bem, alguns podem dizer que o Metallica de 92 era o bom e velho Metallica. Mas eu posso afirmar que o James, Kirk e Lars eram sim, o bom e velho Metallica novamente. Eles tocaram muitos clássicos, e com uma energia que eu não via neles há muitos anos. Acho que o Metallica de 92 já era uma banda com suas crises de vaidade, em decadência, e o resultado disso foi o lançamento de álbuns como Load, aquelas brigas com o Napster e declarações idiotas do Lars como "Heavy Metal é uma merda". Mas assistindo ao documentário "Some Kind of Monster" deu pra ver que eles se perderam demais, desde a morte de Cliff Burton, a verdade é essa. E precisaram sim, chegar ao fundo do poço, aprender errando, e crescer. E ontem eu presenciei isso: Eles finalmente cresceram.

Esse é o motivo pelo qual afirmo que o show de ontem foi o melhor. Foi feito por caras que passaram pelo melhor, desceram até o pior, e conseguiram se erguer novamente. O próprio James falou (as poucas palavras do show que ele disse) que fica feliz pelos fãs que continuaram com eles, que estavam lá assistindo eles naquele momento, e até perguntava se todos nós tínhamos o último álbum "Death Magnetic" (com um ar mais de "espero que vcs gostem" do que de "espero que vc comprem").

Tudo parecia dar "certo demais" ontem. Comprei arquibancada azul, mas gostaria muito de ir na pista, que já havia esgotado e era caro. No momento em que estava no meio da fila vem o orientador do estádio e diz que a arquibancada fechou... quem quisesse poderia ir pra PISTA!!!! E foi pra onde eu corri.

O show foi aberto pelo Sepultura, que também mandou muito bem, e tocou clássicos da banda. O vocalista Derick é muito bom, e tem um baita carisma. E posso afirmar que os irmãos Cavallera não fizeram a menor falta. O som estava um pouco baixo, uma pena. Uma chuva chata dos diabos naquele momento, até o intervalo. Até que a chuva parou, veio aquele "silêncio" que foi quebrado por um timbre de guitarra muito familiar... era a guitarra do James. Os caras passando o som, testando, e estava maravilhoso (ainda bem). O céu escureceu, parou de chover, dava pra ver estrelas, a Lua Cheia. Então com tudo apagado no Morumbi, o telão acende e começa a passar "The Ecstasy of Gold", o tradicional início de todos os shows da banda. Não tem como não gritar. Ainda mais quando o início é marcado por 2 clássicos "Creeping Death" e "Ride the Lighting".

Depois tocaram outros como "Unforgiven", "Sad but True", "One", "Master of Puppets", "Hit the Lights", "Seek and Destroy"... Enfim, eles arrebentaram! O show, na minha opinião, foi maravilhoso, do tipo que eu me arrependeria muito se não tivesse ido! Com certeza terei ótimas lembranças. Tão boas quanto as de 92, sem sombra de dúvidas.

Hoje estou com dor nas costas, nas pernas, no pescoço, e um pouco rouco (pois não sou mais aquele rapaz de 16 anos). Mas a sensação é muito boa. Valeu a pena.

Decision


Comprei um SketchBook nesse fim de semana, e resolvi inaugurá-lo com um retrato de algo que me ocorreu, mas só estava na minha memória, e merecia um registro. Foi em 29 de abril de 2005, eu estava a caminho do Rio de Janeiro. O ônibus parou no meio do caminho, num posto de gasolina, com um restaurante. Todos foram comer alguma coisa e eu me isolei, fui andando e cheguei numa mureta, longe de tudo.

Lá eu podia ver o céu, um pouco nublado, árvores, prédios bem distantes e montes. Exatamente como no desenho. Olhei para o céu e pedi a Deus sabedoria para tomar a melhor decisão. Minha vida passava no céu como se fosse um filme e vi que meus últimos dias não eram felizes, estava sendo consumido por uma grande depressão até então.

Começou a ventar. Uma brisa começou a me "beijar", trazendo a resposta. Eu sorri, emocionado, olhando para o céu ainda e agradecendo a Deus por poder escolher capítulos mais felizes para minha vida. E foi assim que aconteceu. Desde o momento da decisão, a alegria e o sabor pela vida voltaram.

Ter feito este desenho primeiramente, não foi por acaso. Eu acredito que estou começando outro capítulo feliz com este Sketchbook.

A brisa me beija novamente.

 


Highlander´s Brain