Vício "inofensivo"



Esta semana que passou li sobre um software chamado i-Doser, que nada mais é do que um programa que "toca" sons de 5 minutos a 1 hora, que são verdadeiras doses com efeitos similares aos das drogas, seja álcool, calmante, entorpecentes em geral. Mas o que é anunciado pelos criadores do sistema é que os efeitos são os mesmos, porém sem danificar o corpo com as substâncias.

A primeira vista parece algo inofensivo, e é um assunto, no mínimo curioso. Nas instruções diz que a pessoa deve se deitar, colocar um fone de ouvido de alta qualidade e fechar os olhos, como em um relaxamento. E caso queira sair da "viagem" existe uma dose chamada "reset", que faz o cérebro voltar para a frequência normal. Segundo os criadores, este sistema é inofensivo e não causa dano algum, e se trata de um estudo de como o cérebro recebe estas frequências e conseqüentemente liberam tais substâncias equivalentes as que são liberadas com o uso das drogas, resultando no efeito sem "ingestão".

Com isso, eu questiono até que ponto o simples fato de não causar danos físicos pode fazer com que uma droga, mesmo que virtual, seja considerada inofensiva. Sabemos que apesar de virtual, traz resultados reais, e estes podem levar ao vício da mesma forma. Eu acredito que o dano físico é uma das desvantagens, mas não é a principal. Hoje em dia, pessoas matam outras pessoas, roubam, destroem famílias para sustentar um vício. Não é só o viciado que é prejudicado, a sociedade toda sofre com isso.

Será que com as doses virtuais do i-Doser, pessoas também não vão se destruir da mesma forma? O que garante que a pessoa não vai se tornar dependente? Será que não vai se tornar ainda mais um instrumento de "fuga" da realidade e alienação da humanidade?

Não sou ninguém pra anunciar um "apocalipse", mas isso me preocupa.

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