No post anterior falei sobre rir de si mesmo, aceitar a condição do espírito jovem, no sentido divertido da coisa, e não o imaturo, obviamente. Pensando bem, observo que quanto mais vamos nos tornando maduros (na teoria), formamos uma verdadeira armadura medieval, afim de nos protegermos de possíveis golpes que inevitavelmente tentam nos ferir. Não generalizando, mas é que sinto na maioria das pessoas algo estranho, como se fosse um receio de ter fé (não falo de religião), de amar, de parecer infantil ou adolescente. É quase aquela atitude imatura que tínhamos na escola, de tentar parecer independentes aos 9 ou 10 anos de idade, pra fazer bonito com os amiguinhos... enfim, é um receio de se descobrir mais emocional do que racional, a ponto de racionalizar tudo em todo instante. Mas o que é a vida sem emoção? Ou então, o que é uma vida de pura razão?
Vendo meu filho nascer, como já relatei, eu ria e chorava ao mesmo tempo, senti a maior emoção da minha vida. Adoro falar que AMO, quando eu amo, o maior número de vezes possível. Tenho como filosofia de vida cuidar da vida alheia, e de uma forma bem específica - tenho no meu coração ajudar quem precisa. Já participei de trabalhos voluntários onde reabilitávamos moradores de rua, joguei cobertor em cima de um velhinho que tremia de frio numa noite congelante, dei prato de sopa pra gente que não via comida há dias, ou semanas... Hoje, meio relaxado, com o cotidiano me consumindo, faço uma única coisa enquanto não retorno: Oro por todos que tenho no coração, e peço a Deus por mais corações sem armaduras nesse mundo. Independente de religião, ou se as pessoas crêem ou não, eu creio que faço a minha parte de coração aberto. E também tento fazer mais, pois ainda acho pouco.
A vida passa, e vemos que picuinhas, provocações, e outras infantilidades (não saudáveis) nada são além de perda de tempo. Quando olho pro meu filho de um ano e meio de idade, sinto o exemplo que tenho que dar a ele, cada vez que ele repete coisas que digo e faço. Quando eu me for, quero ser lembrado como uma pessoa que deixou mais coisas boas do que ruins.
Hoje sinto que estou metade emocional, metade racional. E espero que eu não precise de armadura alguma tão cedo, pois não estou em guerra com ninguém, essa não é a minha essência. Ainda bem.
Armadura-essência (Amadurecência - parte 2)
Neurônio chamuscado por Luís Dourado "Highlander" Marcadores: Thinking
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