O Evangelismo "Amo muito tudo isso"



Ontem eu estava no trânsito, e quem vive em São Paulo sabe que com isso há bastante tempo pra pensar em muitas coisas, observar, escutar CD´s inteiros, resolver um cubo mágico, enfim, qualquer coisa que demanda muito tempo. Então em algum momento vi um salão, abertão, cheio de cadeiras e um púlpito. Na placa da frente, tinha o nome: Igreja Mundial. Eu vi a igreja um pouco judiada, simplezinha, e até ri internamente pensando que se a Universal é o McDonald´s, a Mundial seria o Bob´s.

Quando fiz o comparativo, me veio um pensamento sobre a semelhança entre o Fast-food e algumas igrejas chamadas "neo-pentecostais". Elas parecem trabalhar um sistema de franchising, espalhando-se da mesma forma, com um marketing eficiente e super rentáveis. Segundo fontes, hoje é possível prestar concurso para ser pastor e ganhar um belo salário.

Mas eu fui mais fundo no pensamento, além do aspecto administrativo, e físico destas igrejas. Já perdi meu tempo assistindo na TV algumas partes pra ver como funciona, e como também já frequentei igrejas evangélicas que levam a sério o que pregam, então foi mais fácil identificar alguns pontos nestes programas de TV.

A prática "Fast-food" destas igrejas, também são semelhantes em se tratando do público. Por exemplo, o que uma pessoa procura quando vai comer numa rede como McDonald´s? Satisfação imediata, prazer, encher a barriga, tudo de forma muito rápida. O evangelismo dentro das igrejas-franquias são muito semelhantes! Eles te oferecem "graça", paz, cura de doenças, milagres e, principalmente, a prosperidade financeira. É o que chamamos de "teologia da prosperidade". Só se fala sobre isso nestes programas: - Gente que devia milhares de reais e quando "aceitou Jesus" deu a volta por cima e monta um império, e vira milionário; - Ou tinha alguma doença terminal e foi curado, deixando os médicos sem respostas. Tudo muito rápido.

A troco de quê? Fidelidade. (tem coisa mais "empresarial" do que fidelidade?) Hoje as empresas investem em fidelização, e a semelhança também se encontra nisso dentro de algumas igrejas. Porém eu não culpo os pastores, pelo menos não a eles somente. A culpa é do povo que só quer "Big-Mac", quer encher a barriga com coisas que não são nem um pouco nutritivas, ou seja, só querem ir onde vão escutar o que desejam "ouvir". E as pessoas comem o fast-food, criam o hábito, enchem suas artérias de gordura sem se importar e, inevitavelmente, infartam. Pelo menos, é assim que vejo "espiritualmente".

Algumas coisas demandam tempo pra aprender, e muitas vezes não é nada saboroso, mas é nutritivo. Eu não sou um exemplo pra ninguém, mas posso dizer que procuro escutar o que eu não gostaria de ouvir, mas que seja verdade. Eu não acredito que Deus "dá dinheiro", ou cura doenças terminais segundo "condições" para segui-lo. Dinheiro vem com trabalho (e olhe lá!). Eu acredito em Deus, mas creio que se eu passo alguma dificuldade ou sofrimento, é aí que Deus está para me dar forças. Deus não me dá peixes, ele me ajuda a pescar! E isso é ótimo. Saber que é capaz de superar limites só nos acrescenta mais e mais. É o que nos mantém vivos.

Em resumo, prefiro alimentar meu espírito com o longo aprendizado. O Fast-food é pra quem valoriza apenas o "agora", e isso definitivamente não é pra mim.

1 comentários:

Gabi Beck disse...

Realmente, esse sue texto é bem real. Acho que você colocou tudo de forma clara e objetiva, hoje as pessoas só querem as coisas prontas, mas ninguém que pegar a faca e o queijo na mão e cortar.
Boa interpretação, texto ótimo. Parabéns.

 


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